Muito se fala sobre pés e sapatos. Não só na história da moda, mas na história da psicologia humana, estes são elementos carregados de significados e fetichismo. De objetos de sedução a símbolos fálicos, não há como ignorar o poder que eles têm sobre as mulheres. Linda O’Keefe diz que os sapatos não refletem apenas a história das sociedades, mas são como a pedra de toque que evoca um tempo, um lugar, uma emoção. São registros de memória, definição de gostos e estilos, denunciadores de desejos.
Dizem que a mulher que coleciona sapatos é uma viajante frustrada. Neste caso, eles se tornam como navios secretos, com os quais os pés femininos permanecem numa viagem constante e invisível. Com eles, as viagens ganham nova dimensão e as terras visitadas, nem sempre reais, impulsionam o desejo para outros e outros navios, barcos ou asas que levem as fantasias em vôos cada vez mais emocionantes.
Por isso, fiquei pensando no trajeto histórico que percorremos até as comemorações dos 200 anos da transferência da corte portuguesa para o Brasil. Uma longa jornada, repleta de pegadas, que culminou nessa fantástica exposição: “Jóias Reais – Joalharia Contemporânea Luso-Brasileira” (ver matérias do Joiabr aqui e aqui).
Então decidi que iria registrar os pés que visitaram a exposição. Todos esses pés e seus maravilhosos “navios-sapatos” que percorreram infinitos caminhos e, pisando outras pegadas, mais antigas, uniram passado e presente neste momento único e precioso! Palmas para eles!
Um comentário:
CIdda adoramos o seu registo das pegadas no tempo real na inauguração da exposição jóias reais...BOA IDEIA! Bravo...Cristina e Lúcia
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