sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A faixa preciosa...

Começamos 2011 com uma mulher no cargo de Presidente da República. Não assisti à posse, mas vi pela web as imagens da cerimônia e, como nosso assunto aqui são as joias, vale comentar o figurino de Dilma.
O traje foi discreto, e como adornos ela optou por gargantilha em ouro, brincos de pérolas e uma pulseira com um "olho grego" - considerado um amuleto. Na minha opinião, perdeu a oportunidade de ostentar joias com gemas brasileiras que, além de mostrar as riquezas de nosso solo, certamente dariam mais vida e modernidade ao look tão conservador...
Imaginem joias, que poderiam ser igualmente discretas, mas com águas-marinhas, turmalinas, topázios imperiais ou mesmo esmeraldas! Além do mais, as cores podem ser usadas com vários objetivos: o azul ou verde ajudam a direcionar o olhar dos espectadores, o amarelo transmite alegria e o laranja a sabedoria.
Dilma Rousseff recebe a faixa presidencial de Lula, no parlatório do Palácio do Planalto
(foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Se o figurino não foi lá estas coisas, o mesmo não se pode dizer da faixa presidencial que Dilma recebeu de Lula durante a solenidade no Palácio do Planalto - uma tradição que há cem anos se repete no Brasil.
A faixa de Dilma é a mesma que vem sendo utilizada desde a posse de José Sarney, mas foi restaurada. É feita em seda, com detalhes bordados em ouro e diamantes, e as franjas são correntes. No centro, à altura do peito, estão bordadas as Armas da República. Sob uma roda de tecido colocada por cima do encontro das duas pontas da faixa há ainda uma medalha da República, em ouro, anexada a um broche, também de ouro, com detalhes em diamantes.

A faixa tem detalhes em ouro 18k e diamantes, e as franjas são formadas
por 90 cordões banhados a ouro e feitos manualmente.

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*Tradição
Instituída por decreto em 1910, por Hermes da Fonseca, a faixa já presenciou várias histórias surpreendentes e é alvo de algumas versões. Dizem que a faixa usada por João Goulart, antes do golpe de 1964, foi levada para o exílio por seu cunhado, Leonel Brizola, que a guardou na esperança de vir a usá-la. Apesar da tradição exigir que a faixa seja sempre a mesma, o próprio desgaste exige que seja trocada de tempos em tempos.

Na história mundial, o uso de faixas representa uma condecoração de mérito, honra ou bravura. Alguns países, como os Estados Unidos, não possuem a tradição de usar faixas presidenciais. Os chefes de regimes monárquicos costumam usar, em ocasiões especiais, faixas de países que os homenagearam. É o que ocorre na Espanha, por exemplo.
*informações da Agência Camara

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