Hoje acontece a principal procissão do Círio de
Nazaré, que deve reunir cerca de 2 milhões de fiéis pelas ruas de Belém. A
emoção toma conta não só dos paraenses, que homenageiam sua padroeira, mas também
de todos os turistas e devotos que visitam a cidade.
Um dos símbolos mais expressivos do Círio é o manto
que cobre a imagem de Nossa Senhora durante todas as procissões das
festividades. Este ano, o design da veste foi
criado pelo estilista Carlos Amilcar, que também o confeccionou.
O ourives e restaurador Luiz Nilo Alves da Silva, a convite do estilista, criou o broche que fecha
o manto da imagem peregrina. Católico, o ourives contou que, durante todo o
processo de produção, a emoção o envolveu de tal forma, que chegou a chorar
várias vezes.
O broche foi criado a partir de uma foto que
retrata o detalhe de uma escultura em alto relevo, localizada em uma coluna do
lado direito da entrada da Basílica de Nazaré. Para reproduzir em forma de joia a imagem
selecionada pelo estilista, foram utilizados ouro branco e amarelo 18k, além
de madrepérola, granada, diamante e turmalina rosa. A granada forma, ao centro,
o Sagrado Coração de Jesus, sendo ladeada por ramos de rosas e de lírios
cravejados de diamantes e turmalinas. Rosas e lírios também estão presentes no
manto.
Todo o processo de produção do broche durou um mês,
sendo necessária uma semana só para criar a peça que compõe a parte posterior do
manto, a qual reproduz o símbolo mariano.
O símbolo (monograma de Maria, com a combinação das
letras M e A), segundo ele, foi pesquisado na internet, com alguma adaptação no
desenho da parte superior, onde estão dispostas algumas estrelas. A peça é de
prata com cristais Swarovski e tem detalhes banhados a ouro amarelo 18
k.
Profissional vinculado ao Polo Joalheiro do Pará,
Luiz Nilo também esculpiu as peças, técnica até então nunca utilizada por ele. A lapidação foi outra experiência que mexeu com a
emoção do ourives, que já tinha se arriscado nesta área, em outras ocasiões. “Se
eu fosse entregar para um lapidário, a gema não ficaria do jeito que eu queria,
do jeito que eu imaginei”, diz ele, que acabou lapidando a granada localizada no
centro do broche. O polimento ficou por conta da lapidária Leila Salame, também
ligada ao Polo Joalheiro.
Ao final do trabalho, destaca o ourives, outra
boa surpresa foi ver o efeito do esplendor de ouro esculpido, com imagens semelhantes a chamas.
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